As vezes é preciso trocar o fornecedor sim, só que não é como na padaria da nossa rua, em que, por qualquer briguinha com o seu Manuel a gente muda para a da esquina. Com uma agência de propaganda é muito diferente. Eu já vi anunciante se dar mal por ter trocado sua Agência de forma abrupta, depois de promover uma concorrência em que imperou o canibalismo entre as empresas, pois foi uma verdadeira guerra de preços, na qual saiu vencedora aquela que cobrava mais barato, e o fazia, exatamente por não ter um mínimo de estrutura e condições profissionais para oferecer o serviço que prometia. O mal foi que o Cliente não conversou e nem deu a menor chance para que a boa Agência que o atendia fosse ouvida. Também já vi Agência que trocou seu cliente por um outro aparentemente mais rico e não deu outra, deu sim, com os burros n ‘água. Por outro lado, já vi Cliente que saiu, voltar e começar tudo de novo e a partir daí, a relação entre ambas as empresas, só cresceu e melhorou em todos os sentidos. Uma boa Agência de propaganda (e essa é a regra) trabalha duro e sério para atender bem seu Ciente, não prospecta empresas concorrentes por uma pura questão de respeito aos seus compromissos ético profissionais. Uma boa Agência, entende que seu Cliente é um parceiro a toda prova, e consequentemente, o melhor prospect do mundo, pois sempre tem alguma coisa que ela, Agência pode fazer, se antecipando e procurando desenvolver ações e ideias que se revertam em favor de novas ou velhas marcas e também de novos ou velhos produtos de seu Cliente. Isso tudo faz com que a relação Cliente – Agência de propaganda seja muito mais do que uma simples relação de negócios, mas sim, uma verdadeira relação de cumplicidade, no bom sentido, é claro. Por isso seria muito bom que as empresas conversassem antes de fazer qualquer troca. Todos sairiam ganhando.
Humberto Mendes VP Executivo FENAPRO
Publicado no Correio Braziliense: 13/01/2008