Ele acabara de montar a sua, foi procurado por um representante do Sindicato das Agências de propaganda, que fez uma proposta de filiação. Oferecia: assistência jurídica, assessoria administrativa e técnica em todas as operações para tocar o negocio e, também – principalmente – um permanente trabalho de representação junto a FENAPRO, ABAP, CENP, órgãos públicos e outras entidades que atuam no negócio da propaganda. O Sindicato ia também mais longe: auxiliaria a receber valores pecuniários pendentes junto a fornecedores, clientes etc.
Em três minutos nosso empresário liquidou com as pretensões do representante do Sindicato com a justificativa de que não tinha tempo a perder, mesmo porque em sua empresa não aconteciam e aconteceriam problemas semelhantes aos citados, e como tal, não precisava do apoio, nem de sindicatos e de nenhuma outra entidade, que aliás, em sua opinião, todas, sem exceção, só serviam para tomar dinheiro de empresários incautos, entre os quais, ele não se incluía.
Mas, o tempo implacável como ele só, foi passando e sua empresa não saia daquele estágio inicial, de quando o homem do Sindicato foi procurá-lo.
Nosso personagem pensou que montar uma agência de propaganda era a tarefa mais fácil do mundo e que, por isso mesmo, poderia trabalhar com mão-de-obra baratinha, de qualidade contestável e abrir mão do apoio do Sindicato empresarial e de quaisquer outras entidades do setor.
Os clientes que aceitaram trabalhar com sua agência eram empresas com o mesmo perfil de visão limitado. Os erros foram se acumulando, muitos foram as compensações de mídia e reposição e material impresso para os clientes, prejuízos enormes, com os quais a agência teve que arcar, até que foi obrigada a encerrar prematuramente as suas atividades.
A história é baseada em fatos reais e revela a importância do setor se organizar e se fortalecer por meio de suas entidades de classe.
Humberto Mendes
VP Executivo FENAPRO
Federação Nacional das Agências de Propaganda
Publicado no Jornal Correio Braziliense em: 02/09/2007